O Terceiro Estado
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O Terceiro Estado era bastante heterogêneo. Compreendia cerca de 98% da população francesa, que contava na época com pouco mais de 25 milhões de pessoas. Dele faziam parte:
alta burguesia: banqueiros e grandes empresários;
média burguesia: profissionais liberais;
pequena burguesia: artesãos e lojistas;
sans-culottes: trabalhadores, aprendizes e marginalizados urbanos, 20 milhões de camponeses, dos quais, cerca de 4 milhões deles ainda viviam em estado de servidão feudal.
Era sobre o Terceiro Estado que pesava o ônus dos impostos e das contribuições para a manutenção do Estado e da Corte. Mesmo sem ter uma unidade, os membros do Terceiro Estado, de uma maneira geral, concordavam em reivindicações como o fim dos privilégios de nascimento e que se instaurasse a igualdade civil.
Se, desde o século XVI, o governo francês havia adotado uma política de incentivo ao comércio exterior e ao favorecimento do incremento das manufaturas, o que colocava a burguesia e o governo, de certa forma, alinhados de um mesmo lado, essa identificação deixou de existir. Esse rei absoluto que distribuía privilégios em troca de apoio político começava a custar muito caro aos burgueses. Os interesses dos diversos grupos que compunham o Terceiro Estado começavam a confluir, o que iria consolidar a revolução.
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Luis XVI tomou posse em 1774, enfrentando desde o início, o problema de insuficiência na arrecadação de impostos. Turgot, primeiro de seus ministros de finanças, no período de 1774 a 1776, tenta cobrar impostos de padres e nobres. Foi obrigado a renunciar. Calonne, seu sucessor, teve o mesmo destino. Necker, terceiro a ocupar o cargo, publicou uma lista de pensões pagas aos nobres e da receita do país, por isso foi afastado.
Em 1787, o rei convoca a Assembléia dos Notáveis, expõe a situação e propõe aos nobres uma reforma fiscal. A proposta é rejeitada pela Assembléia, que afirma que apenas os Estados Gerais poderia deliberar sobre a criação de um novo imposto.
Em 1788, a receita da França era de 503 milhões de libras, mas as despesas chagavam a quase 630 milhões, num déficit de 20% do orçamento. O Ministro das Finanças, Brienne, tentou novamente fazer uma reforma fiscal, mas a nobreza, ainda lutava pela manutenção dos privilégios feudais, rejeitou qualquer idéia de reforma fiscal.